"Acampamento, junho de 2010."

"I'll never leave again... Cause you are the only one" (clique na frase para uma trilha sonora) 

Nossos corpos se mexem conforme a música alta e animada que sai pelos alto-falantes, sabemos que o tempo é limitado, mas por enquanto somos livres, saboreamos o doce sabor da liberdade limitada e é isso que importa. Ignoramos o fato de sermos livres dentro de nossas limitações e seguimos com nossa dança risonha, no meio de amigos que se embriagam de refrigerante. Continuamos a nos mover, no meio dessa multidão de adolescentes sorridentes, suados e amantes da noite. Falta dez para duas da madrugada e as luzes serão apagadas, mas naquele dia, nos deixaram contar histórias de terror ao redor da piscina. Dezesseis pessoas com histórias de bonecas possuídas, demônios em cavernas e espíritos em banheiros de escola que pairam entre nós e uma lanterna fraca, o medo é inevitável, mas e daí? Somos invencíveis. Algumas pessoas nos pregam peças, outras roubam celulares, alguns dormem, outros comem os restos que sobraram no refeitório e as horas para o fim estão contadas. E isso novamente não importa, porque nos demos conta que nossos espíritos são livres. E que o amanhã deve ser deixado para o amanhã. Essa noite vamos ficar vendo as estrelas até os olhos doerem, deitados em um gramado falso, amontados e cheios de cobertas em cima de nossos corpos. Cobertas diferentes, de diferentes pessoas, com diferentes cheiros e texturas. Somos semi-desconhecidos compartilhando memórias. Somos semi-desconhecidos admirando as estrelas. E depois que voltarmos para cidade, nada será igual. Não seremos mais os mesmos. Somos diferentes. Agora, não somos apenas semi-desconhecidos, somos amigos. E entre toda essa mistura de pessoas com estrelas, estamos eu e você. Em silêncio, como sempre estivemos, contemplando o universo e rindo sem motivos aparentes. Entre tudo isso, estamos nós dois, cantando alguma música estúpida e rindo por não saber cantá-la corretamente. Somos todos crianças, tanto eu, quanto você e os outros. Somos crianças tentando agir como adultos, mas no fundo estamos pensando em como faz falta assistir A Nova Onda do Imperador. No fundo, esperamos chegar em casa no final de semana para contar todas nossas aventuras para todo o mundo. Esperamos voltar para casa, para voltar a brincar de príncipes, princesas, dragões, barbies, lego… Porque aos doze, ainda brincávamos. E aos dezesseis, lembramos como era bom brincar aos doze.

OBS: desculpem passar tanto tempo sem postar e hoje (05/05) é meu aniversário, obrigada a todos vocês que acompanham meu blog, leem meus posts, fazem meus dias melhores. ♥